sexta-feira, 29 de abril de 2011

JORNAL A CIDADE - Venda de atestados ocorria há seis meses em Ribeirão

O esquema de venda de atestados médicos utilizando nomes de profissionais da rede municipal de saúde já funcionaria há mais de seis meses. O caso de fraude, que ocorreria na UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) do Quintino Facci II, foi denunciado pela prefeitura de Ribeirão Preto à Polícia Civil na terça-feira.

A administração recebeu ainda denúncia de que atestados médicos seriam vendidos em outra UBDS da cidade. A informação também foi repassada para a polícia.

O delegado titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), José Gonçalves Neto, disse que a polícia já conseguiu identificar atestados falsos fornecidos a funcionários de três empresas na cidade. O delegado acredita que Juliano da Silva Miguel, preso por receptação na última quarta-feira - ele tinha em seu poder quatro carimbos com nomes de médicos e blocos de atestados da rede municipal de saúde -, não agia sozinho.
Neto não descarta a possibilidade do envolvimento de servidores municipais. "Ainda é cedo para afirmar algo, mas a possibilidade da participação de funcionários não pode ser descartada", afirmou.
A polícia deve ouvir os três médicos que aparecem nos atestados falsos conseguidos pela prefeitura, o gerente da unidade de saúde e outros funcionários para tentar identificar como os blocos de atestados saíram da UBDS.
Como funcionava

A reportagem apurou que a venda dos atestados era feita há mais de seis meses por Juliano da Silva Miguel, que já tinha uma rede informal para a venda dos atestados. Pessoas que intermediavam a venda dos atestados ganhavam uma porcentagem sobre o valor cobrado. O intermediador ficaria com R$ 5.

O preço do atestado, segundo informações da prefeitura, seria de R$ 15 por dia de afastamento. O delegado titular da DIG disse que as pessoas que compraram os documentos fraudados também podem ser indiciados por falsidade ideológica. A polícia vai pedir o exame grafotécnico dos atestados apreendidos para saber se as assinaturas que aparecem nos recibos são realmente dos médicos.

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