sábado, 26 de março de 2011

CAOS OU COPES ?

Acredito que quem defende o fim da COPES utiliza-se de sofismas e distorce a realidade para tentar pintar o perito como um futurologista ou Deus e o segurado como um coitado que teria obrigatoriamente que voltar ao trabalho após o tempo ESTIMADO pelo perito.Esquecem-se do pequeno detalhe de que existe a possibilidade de se requerer nova perícia ao fim, próximo ao fim ou até depois do fim do prazo estimado.

Para mim não restam dúvidas de que os defensores do fim da COPES apostam em uma só coisa: no CAOS do sistema, simplesmente porque SABEM que o CAOS lhes beneficiará, ou seja, sabem que o número de peritos JÁ É REDUZIDO para atender a atual demanda com a COPES, e SABEM como seria o CAOS sem a COPES.A vantagem do CAOS é a seguinte: enquanto algum outro perito não voltar a examinar o segurado, ele simplesmente continuará a perceber o benefício, não porque esteja incapaz necessariamente, mas sim POR CAUSA DO CAOS deliberadamente instalado pelo fim da COPES.

O tempo de espera para nova perícia e as filas duplicarão e o tempo médio de benefício duplicará sob o sofismático pressuposto de que peritos não podem ser futurologistas ou adivinhar quando ocorrerá a cura - como gostam de falar - ou fim da incapacidade (que seria o correto de dizer).SABEM que o benefício somente poderá ser cancelado, se for o caso, quando houver perito para atender a demanda que exponencialmente e providencialmente aumentará sem o correspondente aumento de peritos para acompanhá-la paripassu.

É quando o crescimento das filas tornar-se-á sinônimo de alegria e de uma pseudo-eficiência.Podem anotar que, se isto acontecer, se o CAOS se instalar com o fim da COPES, ninguém mais reclamará das filas, não haverá mais notícias em jornais denunciando que os peritos são os culpados pelas longas filas do INSS (afinal tudo é mote para se botar a culpa nos peritos! Nunca a gestão é culpada dos erros e reclamações; apenas dos acertos e louros !), o Ministério Público não será mais acionado porque as filas duplicaram ou triplicaram, porquanto todos continuarão percebendo o benefício até que o perito possa analisar novamente o caso.

Então, isto seria moral e legal? Aceitar a percepção inercial de um benefício originado do CAOS deliberado não gerará nenhum tipo de reclamação ou incômodo! Por outro lado, contar apenas a metade da história – de que a COPES gera um retorno automático ao trabalho – sem contar a outra metade - de que é defeso ao segurado a qualquer momento entrar com um requerimento para prorrogar ou reconsiderar o resultado - não gera nenhum constrangimento? O que pensa sobre isto a grande maioria honesta da sociedade que contribui com a Previdência para dela usufruir quando for-lhe assegurado o direito? Estimam o impacto disto a médio e longo prazo para o país ?

Vendem uma idéia falsa e propositadamente distorcida visando um fim: provocar o CAOS porque o CAOS produz incapacidade laborativa, não pela avaliação pericial, técnica, legal e profissional dos segurados, mas como consequência à ineficiência de gestão do INSS e ao embotamento da vontade legal e moral do governo.Apostam na ineficiência de um governo que adora a ineficiência dos peritos e que faz coro para o corolário do quanto pior, melhor.

É a fome e a vontade de comer: de um lado um governo com vontade de distribuir renda sem observância técnica às leis ou ao arrepio das mesmas, que apóia quem zomba e escarneia os servidores públicos encarregados de cumprí-las e ordenar o gasto público e, de outro lado, alguns setores da sociedade que se utilizam de sofismas, que acreditam que vale tudo, que os fins justificam os meios e que apostam no CAOS, na ineficiência e nos pontos fracos de um governo que insiste em manter exposto e ferido seu calcanhar de Aquiles no que tange à perícia à espera de alguém que venha rompê-lo, a fim de ser aplaudido, quando se matarão dois coelhos com uma só cajadada: acabarão com os malditos peritos e distribuirão renda aos segurados, subtraindo o primeiro “S” do INSS, transformando a incapacidade em sinônimo de doença e reduzindo algo que deveria ter um viés compensatório a uma simples bolsa, a bolsa-doença.

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