A Medicina talvez seja a profissão mais valorizada que já existiu ou que possa ter existido em toda a face da Terra.As razões para isto são óbvias, haja vista tratar-se do bem mais nobre e precioso de nossa existência - a própria existência! Contudo, este valor, este poder incrível de que desfruta a Medicina só se manifesta em sua real e plena magnitude em uma única ocasião, lamentavelmente: quando quem a exerce é acusado de erro.Neste momento, parece que toda a força e poder da Medicina se descortinam, se desvelam, obscurecidas que estavam por tantas variáveis.Assim, cria-se o paradoxo de , por um lado, ser a Medicina detentora inexorável de valor e de prestígio, e por outro lado, terem os médicos desvelado o seu real valor somente no instante em que são acusados de terem cometido algum erro, quando todo o peso e ônus de ser médico, como num turbilhão esmagador, são expostos cruelmente perante a sociedade.
A sociedade só aprendeu a valorizar o médico quando ele erra.Porque no dia-a-dia, enquanto tudo corre bem, enquanto nenhuma suspeita é levantada contra algum ato que tenha praticado, o que ocorre é uma falta de prestígio, é uma perseguição, é um linxamento sumário, via de regra, dos médicos.É uma profissão das mais ingratas que existe, mas paradoxalmente, a que carrega as maiores possibilidades de gratificação também.Em outras palavras, a imagem dos médicos no dia-a-dia é péssima, não se lhes dá valor nem respeito, as pessoas já chegam armadas antes de serem atendidas, e no máximo saem caladas após terem recebido atendimento.Mas, curiosamente, é exatamente no momento em que se levantam suspeitas de erro do médico, que a Medicina atinge o auge do reconhecimento do seu real valor latente ( porque nunca o perdera).
Irônicamente, então, o médico só deveria ou poderia ser reconhecido como bom no momento em que erra.Isto cria uma equação de difícil solução.Portanto, o erro médico não superestima o valor da Medicina, mas apenas faz com que a mesma seja enxergada em sua real dimensão de existência, pois que antes encontrava-se obscurecida, por um lado, pela ignorância da maioria, que difamam-na sem possuir o menor conhecimento técnico, e, por outro lado, mantido deliberadamente nesta posição enfraquecida e desprestigiada por quem ocupa o poder no intuito de, primeiro , evitar que suas vozes cresçam e fortaleçam o controle social, e , segundo, evitar que tenham que recompensá-los até financeiramente como o deveriam ser, porque, honestamente , para suportar tanta injustiça e desaforo e ônus de toda parte, correndo o risco de ter nas mãos de uma só pessoa , e a qualquer momento, de maneira fortuita, o seu nome e a sua profissão em risco cabais, só mesmo sendo muito bem recompensado financeiramente.É o preço do risco de lidar com algo nobre, cujo valor é imponderável. Contudo, só manifesto explicitamente quando a situação é adversa.
Quanto mereceria um médico por ter salvo a vida de alguém ? Talvez um obrigado.O médico tem que ser respeitado e valorizado pelo que vale a Medicina, e não pelo valor que lhe dão quando está sob o crivo da suspeição de um erro, que é exatamente o mesmo valor que tem a Medicina, mas com o vetor da física apontado para o outro lado no jogo das forças. Interessa a todos manter o status quo desta realidade surrealista, fazendo com que o médico trabalhe constantemente ameaçado e amedrontado em sua vontade idônea de infinitamente só praticar o bem, de só utilizar-se de todos os meios ao alcance da Medicina para praticar o bem.O valor da Medicina se aufere por analogias, por exemplo, entre o peso de um erro praticado em qualquer outra profissão se comparado àquele praticado por um médico.Quantos juízes, políticos, jogadores de futebol, jornalistas cometem erros grosseiros, que não causam nenhuma repercussão para quem os praticou, mas que muitas vezes destróem vidas, esperanças e alegrias daqueles que deles dependiam de alguma forma ?Daí se infere o valor da Medicina.
Todos caem como gaviões no instante em que corre uma notícia qualquer de que um médico pode ter errado, acabando com a sua carreira, com toda a sua vida de sacrifício, de estudos, de abnegação e, sobretudo, de boa fé em procurar agir da melhor maneira possível em benefício do outro.Por quê só com o médico as coisas funcionam de maneira tão rígida, inflexível e cruel assim ?É exatamente por causa do valor que tem a Medicina! Aprendi com um colega que quando o médico salva uma vida é graças a Deus, mas quando é apenas acusado de erro – ainda antes de ser julgado – já está condenado: é erro médico!
Os médicos têm que lutar para fazer com que o valor de ser médico alcance de fato o valor de ser Medicina, colocando as coisas no devido lugar onde deveriam estar, exigindo mais respeito e até uma remuneração mais condigna, não tolerando abusos de quem quer que seja.A dicotomia entre ser médico e ser Medicina só pode começar a ser desfeita no momento em que a luta começar de dentro da classe , de forma unida e pujante.Existem vários culpados e responsáveis pelo descaso com a Saúde e com os médicos, dentre eles os governantes, a sociedade e as empresas de saúde suplementar.Infelizmente, o principal quinhão da culpa da existência de tal desprestígio “esquizofrênico” dos médicos e da Medicina, ao meu ver, é dos próprios médicos, não de todos, senão daqueles que são escravos da demanda, que não atendem com qualidade seus pacientes, que não os orientam minunciosamente acerca da patologia, dos riscos, cuidados e história natural da mesma, que não confeccionam atestados zelosos e éticos, que agem com desídea reiteradamente, mercantilizando a ciência e a técnica.
Já passou da hora de começar um Movimento Uníssono de Excelência da Saúde e do SUS.Não há outra forma de governo e sociedade nos respeitarem de verdade e de vergonha se, antes de tudo, o respeito não começar de dentro da própria classe para consigo mesma.Os médicos ainda não têm perfeita noção do poder que há em tornarem-se coesos e unidos!. Por outro lado, quando um só médico deixa de agir com ética e honestidade a classe inteira é maculada! A sociedade não publiciza que foi o doutor ciclano, fulano ou beltrano que errou, mas sim que foi o médico que errou.É nesta hora que o valor de ser médico alcança o valor de ser Medicina.Precisamos ser mais coesos, responsáveis, blindados, exigir mais capacitação e melhor formação profissional, maior rigor e critérios no credenciamento para abertura de novas faculdades.Somente assim é que talvez algum dia poderemos dizer que o valor de ser médico é o valor da Medicina.
A sociedade só aprendeu a valorizar o médico quando ele erra.Porque no dia-a-dia, enquanto tudo corre bem, enquanto nenhuma suspeita é levantada contra algum ato que tenha praticado, o que ocorre é uma falta de prestígio, é uma perseguição, é um linxamento sumário, via de regra, dos médicos.É uma profissão das mais ingratas que existe, mas paradoxalmente, a que carrega as maiores possibilidades de gratificação também.Em outras palavras, a imagem dos médicos no dia-a-dia é péssima, não se lhes dá valor nem respeito, as pessoas já chegam armadas antes de serem atendidas, e no máximo saem caladas após terem recebido atendimento.Mas, curiosamente, é exatamente no momento em que se levantam suspeitas de erro do médico, que a Medicina atinge o auge do reconhecimento do seu real valor latente ( porque nunca o perdera).
Irônicamente, então, o médico só deveria ou poderia ser reconhecido como bom no momento em que erra.Isto cria uma equação de difícil solução.Portanto, o erro médico não superestima o valor da Medicina, mas apenas faz com que a mesma seja enxergada em sua real dimensão de existência, pois que antes encontrava-se obscurecida, por um lado, pela ignorância da maioria, que difamam-na sem possuir o menor conhecimento técnico, e, por outro lado, mantido deliberadamente nesta posição enfraquecida e desprestigiada por quem ocupa o poder no intuito de, primeiro , evitar que suas vozes cresçam e fortaleçam o controle social, e , segundo, evitar que tenham que recompensá-los até financeiramente como o deveriam ser, porque, honestamente , para suportar tanta injustiça e desaforo e ônus de toda parte, correndo o risco de ter nas mãos de uma só pessoa , e a qualquer momento, de maneira fortuita, o seu nome e a sua profissão em risco cabais, só mesmo sendo muito bem recompensado financeiramente.É o preço do risco de lidar com algo nobre, cujo valor é imponderável. Contudo, só manifesto explicitamente quando a situação é adversa.
Quanto mereceria um médico por ter salvo a vida de alguém ? Talvez um obrigado.O médico tem que ser respeitado e valorizado pelo que vale a Medicina, e não pelo valor que lhe dão quando está sob o crivo da suspeição de um erro, que é exatamente o mesmo valor que tem a Medicina, mas com o vetor da física apontado para o outro lado no jogo das forças. Interessa a todos manter o status quo desta realidade surrealista, fazendo com que o médico trabalhe constantemente ameaçado e amedrontado em sua vontade idônea de infinitamente só praticar o bem, de só utilizar-se de todos os meios ao alcance da Medicina para praticar o bem.O valor da Medicina se aufere por analogias, por exemplo, entre o peso de um erro praticado em qualquer outra profissão se comparado àquele praticado por um médico.Quantos juízes, políticos, jogadores de futebol, jornalistas cometem erros grosseiros, que não causam nenhuma repercussão para quem os praticou, mas que muitas vezes destróem vidas, esperanças e alegrias daqueles que deles dependiam de alguma forma ?Daí se infere o valor da Medicina.
Todos caem como gaviões no instante em que corre uma notícia qualquer de que um médico pode ter errado, acabando com a sua carreira, com toda a sua vida de sacrifício, de estudos, de abnegação e, sobretudo, de boa fé em procurar agir da melhor maneira possível em benefício do outro.Por quê só com o médico as coisas funcionam de maneira tão rígida, inflexível e cruel assim ?É exatamente por causa do valor que tem a Medicina! Aprendi com um colega que quando o médico salva uma vida é graças a Deus, mas quando é apenas acusado de erro – ainda antes de ser julgado – já está condenado: é erro médico!
Os médicos têm que lutar para fazer com que o valor de ser médico alcance de fato o valor de ser Medicina, colocando as coisas no devido lugar onde deveriam estar, exigindo mais respeito e até uma remuneração mais condigna, não tolerando abusos de quem quer que seja.A dicotomia entre ser médico e ser Medicina só pode começar a ser desfeita no momento em que a luta começar de dentro da classe , de forma unida e pujante.Existem vários culpados e responsáveis pelo descaso com a Saúde e com os médicos, dentre eles os governantes, a sociedade e as empresas de saúde suplementar.Infelizmente, o principal quinhão da culpa da existência de tal desprestígio “esquizofrênico” dos médicos e da Medicina, ao meu ver, é dos próprios médicos, não de todos, senão daqueles que são escravos da demanda, que não atendem com qualidade seus pacientes, que não os orientam minunciosamente acerca da patologia, dos riscos, cuidados e história natural da mesma, que não confeccionam atestados zelosos e éticos, que agem com desídea reiteradamente, mercantilizando a ciência e a técnica.
Já passou da hora de começar um Movimento Uníssono de Excelência da Saúde e do SUS.Não há outra forma de governo e sociedade nos respeitarem de verdade e de vergonha se, antes de tudo, o respeito não começar de dentro da própria classe para consigo mesma.Os médicos ainda não têm perfeita noção do poder que há em tornarem-se coesos e unidos!. Por outro lado, quando um só médico deixa de agir com ética e honestidade a classe inteira é maculada! A sociedade não publiciza que foi o doutor ciclano, fulano ou beltrano que errou, mas sim que foi o médico que errou.É nesta hora que o valor de ser médico alcança o valor de ser Medicina.Precisamos ser mais coesos, responsáveis, blindados, exigir mais capacitação e melhor formação profissional, maior rigor e critérios no credenciamento para abertura de novas faculdades.Somente assim é que talvez algum dia poderemos dizer que o valor de ser médico é o valor da Medicina.
2 comentários:
Realmente, a medicina já foi a profissão mais valorizada antigamente. Porque, hoje, jogador de futebol tá ganhando muito mais que os médicos. Ronaldo, o fenômeno, em dez anos como profissional, já tem um patrimônio de R$600 milhões.
Parabéns pelas excelentes palavras
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