quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

ROTINA DO ABSURDO X - A FALTA DE SOLIDARIEDADE

"10:38h - 16/11/2010 - Acabei de chegar de uma consulta com Dr. RRRRRRRR, psiquiatra e ex-perito do INSS. Procurei o colega, como paciente, em virtude da situação que tenho vivenciado nos dois últimos dias após ter sido agredido por um segurado que viera fazer nova perícia comigo (novo Ax-1), depois de eu mesmo ter cessado o BI seis dias antes. O mesmo já havia provocado tumulto na APS XXXXXX dias antes quando seu exame pericial foi remarcado em virtude de problema operacional no SABI. Naquela ocasião, abordou o colega YYYYYY na sala de espera em atitude hostil, sendo contido por um segurança que evitou uma possível agressão, sendo por isso ameaçado. Chamou os seguranças "para a briga", dizendo que os enfrentaria um a um... Remarcou a perícia para o dia 08.12, para mim (a anterior seria com Dr. YYYYYYY). Não tendo comprovado qualquer doença mental incapacitante (apesar de o mesmo portar um atestado com diagnóstico XXXX), minha conclusão foi que não existia incapacidade laborativa, e fixei a DCB na DRE (a perícia era de R2).

Não satisfeito, o segurado marcou nova perícia, que deveria ser um PP ou PR, como AX-1 (um absurdo!!) e para o mesmo perito (outra aberração!!). No dia 14.12.10, compareceu no horário agendado (12:20 hs), tendo sido chamado aproximadamente às 12:30 hs. Em virtude dos problemas causados anteriormente, o vigilante VVVVVV o acompanhou até a sala de exame. Ao chegar diante da porta, que estava aberta, pediu para que sua esposa entrasse junto (Esta, inclusive, também está em BI, segundo informação do próprio). Respondi que não havia necessidade, e que a outra perícia havia sido realizada apenas com ele na sala. Insistiu, argumentado, que "não se lembrava de tudo" (sic). Apenas lhe disse: "na outra perícia o Sr. lembrou de tudo e, se for preciso eu chamo sua esposa".

Neste momento, o mesmo adentrou bruscamente a sala e, jogou uma bolsa de mão sobre o birô e partiu em minha direção fazendo menção de me agredir (tinha os punhos cerrados), sendo contido pelo Segurança e conduzido para a sala de espera. Orientei para que o mantivesse ali e, liguei para a Polícia Federal e o agente que atendeu, pediu um tempo para consultar o delegado de plantão, retornando a ligação após alguns minutos para informar que estavam sendo encaminhados dois agentes para as providências cabíveis. Permaneci na minha sala e, após cerca de 20 minutos, perguntei ao segurança se o agressor ainda estava na sala de espera, sendo informado que ele havia subido ao CC° andar. Liguei para o Dr. KKKKKK e este confirmou a informação e que já estava conversando com o dito cujo. Contei o ocorrido e das providências tomadas, não obtendo qualquer resposta.

Voltei a falar com o vigilante ZZZZZZ (o VVVVVV havia saído para almoçar) e este falou que já havia se comunicado com o seu colega e o segurado estava sob vigilância. Decorrido mais algum tempo (10-15 minutos), o VVVVVV me comunicou que ele tinha voltado à APS e estava na sala da chefe. Em nenhum momento esta entrou em contato comigo. Diante da situação criada para, como de vezes anteriores, proteger o segurado e, da falta total de apoio por parte da instituição para comigo (vale salientar que recebi a solidariedade dos colegas A, B e C), decidi ir embora sem aguardar o desfecho. Antes, registrei o fato na história clínica do SABI, imprimi e pedi ao vigilante ZZZZZZZZ que o entregasse à chefe da APS. No dia seguinte (15.12) liguei para o Dr. YYYYYY, sendo informado que o segurado foi liberado, como se nada tivesse ocorrido!

Resultado: angústia, "flash back" quase contínuo, dificuldade de conciliar o sono, além de uma sensação de revolta pela atitude (falta de) tomada pelo INSS neste e em tantos outros casos semelhantes, inclusive com Dr. Heltron, na mesma data. Diagnóstico de reação aguda ao estresse (F43) + recomendação afastamento do trabalho por, pelo menos, 10 dias.

Pergunto: estou incapacitado? Talvez... Acho que, hoje, não conseguiria realizar uma perícia...

Concluindo: No tempo em que tanto se fala de solidariedade, amor, união, etc... É este o tratamento que nós, peritos, recebemos das pessoas que fazem esta instituição.

Até quando ?"
F. L. Perito Médido do INSS - Região IV

2 comentários:

  1. Vou dizer da natureza humana no geral.

    Saem pelo lado de menor resistência

    É mais fácil, menos trabalhoso, e menos arriscado jogar a culpa covardamente no perito e fazer papel de bonzinho com o segurado. mas isso é devido a impunidade. O administrativo sabe que não acontece nada com o segurado, mesmo ele quebrando tudo, batendo, ameaçando - nunca acontece nada com eles. Então para que ele vai comprar encrenca?

    E onde está a Associação dos peritos? Cade a ANAMT (que agora juntou-se a pericia médica?)
    Onde está o sindicato médico?
    Cade o CFM/CRM para pelo menos um manifesto?
    Onde está a APM/AMB
    Qual atitute dos GEBENIN?

    Porisso deixei de ser perito.

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  2. O sentimento de abandono e de injustiça angustiam e eu compreendo o que você está passando. Seja presidente de qualquer m.... e todos te paparicarão. Esse é o ser humano. Agora da instituição e de colegas que vendem a alma a ela por uma módica gratificação só espere dissabores.

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