Saúde dos funcionários é comprometida com a poeira; INSS afirma que não recebeu reclamação oficial
04/11/10
A reforma no prédio do INSS na rua Pedro Pereira, no Centro, tem causado muitos problemas aos funcionários. Eles são obrigados a trabalhar em meio a poeira. A denúncia é dos próprios servidores. A obra também prejudica quem trabalha próximo ao local.
Saúde dos funcionários ameaçada
Com medo de represália, uma servidora prefere não se identificar. Ela é funcionária do INSS há mais de 30 anos. Este ano, se afastou do trabalho por 5 dias com problemas respiratórios e de pele.
A saúde ficou comprometida depois que o prédio onde trabalha, na rua Pedro Pereira, entrou em reforma desde janeiro. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência Social do Estado, o caso da funcionária não foi o único.
Do início deste ano até agosto, 696 licenças médicas, de até 5 dias, com os mesmos problemas. Entre os que tiraram licença por mais de 5 dias, o número também assusta: foram 595 de janeiro a agosto, o que representa mais de 1.200 licenças este ano.
No prédio, trabalhavam aproximadamente 350 servidores. Com o início da reforma, alguns setores foram transferidos para outros locais. De acordo com o sindicato da categoria, existem cerca de 200 funcionários trabalhando em meio as obras e muita poeira.
Perícia identifica más condições do prédio
No dia 28/04, técnicos realizaram uma perícia no local. No relatório consta que os funcionários estão expostos a poeira da demolição, como mostram as fotos, cedidas por um servidor. A equipe de reportagem tentou conferir a situação de perto, mas não foi autorizada a entrar no local. Do lado de fora, ouvimos reclamações. Com medo, muitos não quiseram gravar. a reforma tem incomodado também os comerciantes vizinhos.
A obra está prevista para ser concluída no começo de 2012, tempo que preocupa os motoristas. O trânsito na rua Pedro Pereira ficou complicado com a reforma. apenas um lado da pista está livre.
Esclarecimentos
A direção do INSS não quis gravar entrevista. Em nota, informou que antes do início da obra tentou transferir várias unidades e alugar imóveis para acomodar setores do prédio em reforma, mas não encontrou a quantidade necessária de edifícios devidamente legalizados disponíveis para aluguel.
O INSS disse ainda que, mesmo com essa dificuldade, vários setores foram transferidos. Além disso, já existem contratos de aluguel de 2 prédios assinados para a transferência dos servidores que ficaram. Um deles tem a mudança prevista para a próxima segunda-feira (8). O outro ainda está em reforma, mas a gerência garante a mudança para até o meio de dezembro.
O INSS se defende ainda afirmando que a obra está respaldada nos alvarás de funcionamento da prefeitura . O órgão diz que os desconfortos fazem parte de toda obra de melhoria e que não recebeu nenhuma reclamação oficial dos lojistas da vizinhança.
Assuntos: INSS, Reforma
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