30 de julho de 2010
10h01
Luciele Velluto
O número de processos parados há mais de 45 dias na Previdência Social em São Paulo por causa de problemas internos do próprio órgão subiu 156,30% na comparação entre junho deste ano e o mesmo mês de 2009. Eram 8.373 e agora são 21.446, de acordo com dados do sistema de concessão de pensões e aposentadorias.
O pico de processos acumulado foi em janeiro, quando o Estado de São Paulo somava 33.782 pedidos em análise por mais de 45 dias na Previdência Social. Para o órgão, o crescimento do estoque ocorre devido ao movimento dos peritos médicos, que desde outubro de 2009 adotaram operação padrão, realizando um número menor de atendimentos por dia. E a quantidade de processos acumulados deve continuar aumentando, pois os peritos estão em greve há 40 dias.
O presidente da Federação dos Aposentados e Pensionistas da Previdência Social do Estado de São Paulo, Antonio Alves da Silva, afirma que tudo o que depende de perícia médica está parado. “Há um impasse entre a Previdência e os peritos que só prejudica quem pede a aposentadoria, auxílios ou precisa da perícia para voltar ao trabalho. As pessoas não são atendidas e a concessão de benefício em 30 minutos está comprometida. Se precisar de perícia, vai demorar bem mais do que 30 dias.”
Segundo Silva, o problema principal é que o órgão previdenciário se nega a negociar com o sindicato da categoria e os médicos não mudam de posição e aceitam o que o governo oferece. “Não há boa vontade de ambas as partes para resolver a questão. O prejudicado é quem precisa do benefício”, diz o dirigente, comparando a greve do peritos à paralisação dos servidores da Justiça Federal, que também prejudica o andamento dos processos referentes à aposentadoria.
De acordo com a Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social não há operação padrão e sim um movimento pela excelência do atendimento. Os peritos médicos reivindicam a reestruturação da carreira, melhorias na estrutura para a realização do trabalho e segurança nas agências para que os atendimentos possam ser realizados.
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