Associação acredita que 'intromissão' cria 'confusão' entre atividade e atendimento médico emergencial
BRASÍLIA - O presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP), Luiz Carlos Argolo, criticou nesta quarta-feira, 18, a entrada da Federação Nacional dos Médicos (Fenam) nas negociações com o governo federal sobre a greve dos peritos médicos.
Para Argolo, foi uma “intromissão”. A perícia médica previdenciária está em greve desde o dia 22 de junho. Pelos cálculos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), mais de 400 mil perícias deixaram de ser feitas nesse período.
Argolo disse que a entrada da Fenam nas negociações cria uma “confusão” entre a atividade do perito e o atendimento médico emergencial. Ele recusou a proposta apresentada pela Fenam, na última terça, de promover mutirões para atender aos segurados do INSS que aguardam a perícia.
“Infelizmente, a truculência está vindo de todos os lados, do governo e da Fenam, por sua intromissão”, afirmou Argolo. Ele garantiu que o processo de negociação estava em andamento e que a associação havia aceitado, ainda que de forma parcial, a proposta apresentada pelo governo - com exceções que tratam, por exemplo, do que chamou de autonomia do perito médico.
“É a autonomia de gerenciar a atividade. Não podemos atender mais do que 12 segurados, e o tempo [jornada de trabalho] não pode ser maior do que 6 horas”, explicou. “A greve é cumulativa. Quanto mais se demora para resolver, o passivo vai aumentando”, alertou. Argolo disse ainda que o País tem um déficit de mais de mil médicos para a área de perícia do INSS.
De acordo com Argolo, a solução se resume na abertura de concursos públicos. Apesar de se tratar de ano eleitoral, cuja legislação específica dificulta a homologação de concursos, ele sugeriu que o Ministério da Previdência convoque os 250 candidatos aprovados no último exame feito pela pasta.
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