terça-feira, 17 de agosto de 2010

Hoje é dia de reunião decisiva?

Daqui a pouco o ministro Carlos Gabas recebe o presidente Cid Carvalhaes para tratarem de termos que possam por fim à greve da perícia médica. Acabo de falar com o ministro e este esclareceu alguns pontos: primeiramente considera plenamente negociável a jornada de 30 horas, posição diferente da recente recomendação de veto presidencial (particularmente penso que faltou negociação da emenda com o executivo). Chegou a criticar as 40 horas, quando esclareci que já foram importantes em outro momento (criação da carreira), mas que atualmente precisam ser revistas. O Ministro aceita que o tema pode ser tratado no governo de transição. Gabas admite que a remuneração não seja mesmo muito boa, particularmente para o início de carreira, quando sugeri comprometer-se com o piso da FENAM, que nos levaria próximos das carreiras subsidiadas do executivo. Ele silenciou. Ficou claro a irritação por ter tido uma reunião gravada e a mudança frequente de pauta, o que, segundo ele, o levou a buscar alterntiva de interlocução. Alertei-o que é necessário que esta nova interlocução fale com a categoria através de sua entidade classista, sob risco de agravar as tensões, na minha opinião. Aguardemos os fatos de hoje.

5 comentários:

  1. Repito: acho que a entrada da Fenam, como catalizadora( e fonte das informações das verdades dos bastidores) pode ser muito útil e até desejável.
    Entretanto, a ANMP deve ser preservada, em que a atuação desastrada de seus diretores.Se o Dr.Cid tentar qualquer acordo sem discussão direta com os peritos, e participação da ANMP, nos será muito temerário aceitá-lo na intermediação.
    Já estamos cansados de pelegos, conhecemos da própria carne suas atuações e esse rísco não devemos correr.

    Mas vamos aguardar as primeiras falas para aprofundarmos nas críticas.

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  2. Anônimo17/8/10

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  3. FENAM depois da ANMP; CUT depois dos peritos!Subscrever a carta da perícia e comprometer a FENAM na nossa luta pela sua própria palavra de que quer ajudar! Tudo sempre sob luzes fortes! Às claras!

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  4. O que ficará, o que pode ficar e o que não queremos que fique.

    Um quadro mais amadurecido, que terá passado pelo crivo de uma greve difícil, isso ficará. Esse grupo saberá valorizar o seu trabalho e não aceitará mais ingerências de qualquer tipo. Esse é o rescaldo positivo. Temo que ocorram baixas de difícil reconstrução, uma imagem de irascíveis, corporativistas e indiferentes. Não somos nada disso e não podemos aceitar a pecha. Temo uma quebra de confiança entre os peritos e seus representantes, mas não devo me aprofundar nisso. O que não pode acontecer é o retrocesso, a volta da terceirização, a banalização da perícia, a jornada de 20 horas, a fuga de valores.
    Que o ministro e nossos representantes tenham a sabedoria de perceber a importância dessa carreira conquistada com luta e sangue e debatam em alto nível soluções que a valorizem. Só para isso eu torço, de longe, sem nenhuma influência, pois não detenho nenhum poder.

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  5. Perícia médica: ministro Gabas diz que prioridade é o fim da greve e regularização do atendimento


    17/08/2010
    Da Redação (Brasília) – "A prioridade do governo é acabar com a greve e colocar a agenda de atendimentos da perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em dia". A afirmação foi feita, nesta terça-feira (17), pelo ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, durante reunião com o presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Cid Carvalhaes. A partir de agora, a Fenam vai intermediar as negociações com os peritos do INSS.

    A proposta do governo é a de colocar as perícias em dia no prazo máximo de 90 dias. Porém, a situação deverá ser resolvida de forma diferenciada, priorizando as localidades onde há maior necessidade. Cerca de 400 mil perícias estão atrasadas. São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia, Paraná e Santa Catarina acumulam o maior número.

    O governo propôs, ainda, que os peritos continuem realizando 18 perícias em seis horas de atendimento, sendo que as outras duas horas da jornada diária sejam utilizadas, sob supervisão, para outras atividades, como questões administrativas e perícias externas.

    Também ficou acertada a criação de uma comissão interministerial, com a participação dos ministérios da Previdência Social e do Planejamento, Orçamento e Gestão e do INSS e da Fenam, para discutir a lei que criou a carreira de perito médico e definiu o ato pericial.

    "Houve um processo de negociação com a associação dos médicos peritos que não prosperou. Há uma intransigência em alguns pontos em que não é possível avançar, ou seja, querem trabalhar meio período e ganhar pelo período integral. Por isso, convidamos entidades representativas dos médicos para intermediar a negociação", afirmou o ministro da Previdência Social.

    Cid Carvalhaes garantiu que o convite é visto pela Federação como um compromisso e ressaltou que não deixará de ouvir a classe médica. Na próxima semana, a FENAM irá convocar assembleias em todo o país para que os médicos avaliem a proposta do governo. "Havendo aprovação, iremos assinar um acordo formal", afirmou Carvalhaes. Segundo ele, a negociação está no início de um desfecho.

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