Peritos: sobe pressão para o fim da greve INSS anuncia contratação de terceirizados na semana que vem, para cumprir decisão judicial. Categoria prepara contraproposta
POR LUCIENE BRAGA
Rio - A expectativa de médicos do INSS e do Ministério da Previdência é a de que a greve da categoria acabe na segunda-feira. Nos bastidores, governo e sindicalistas já começaram a discutir acordo. Ajudou — e muito — a pressão do anúncio feito pelo ministro da Previdência, Carlos Gabas ontem. Ele admitiu a contratação de peritos terceirizados para o INSS de forma temporária, seguindo determinação da 19ª Vara da Justiça Federal, em São Paulo, já na semana que vem.
“Vamos começar imediatamente. Cumpriremos a decisão judicial e vamos contratar temporariamente médicos para realizar essas perícias que não estão sendo feitas pelos servidores, até que se resolva o problema da greve e até que se resolva a quantidade de perícias não realizadas”, disse Gabas ontem. O ministro fala em normalizar o atendimento em 15 dias, com perícias noturnas e nos fins de semana.
A Justiça Federal impôs ao INSS essa medida, para que o período entre o agendamento e a avaliação médica dos segurados não ultrapasse 15 dias. Segundo ele, o déficit de perícias atinge 400 mil, desde o início da greve, em 22 de junho, mas pode até ser maior. Gabas classificou como imoral a proposta dos peritos, de alteração da jornada de 40 horas para todos os médicos.
Hoje, há somente 300 trabalhando por 30 horas (o que precisa ser autorizado pelo INSS). Os mais antigos têm jornada de 20 horas semanais e 4.600 mais novos são de 40 horas. Esse é o impasse: médicos querem trabalhar no atendimento por seis horas e fazer outra coisas nas duas horas restantes, mas sem número mínimo de perícias a fazer. O governo entende que é possível fazer uma avaliação médica entre 15 e 20 minutos, ou seja, 18 por dia.
O ministro anunciou reunião na segunda-feira, com a Federação Nacional dos Médicos (Fenam), que não organizou a greve. A Associação Nacional de Médicos Peritos (ANMP) reivindica esse papel e foi convidada pela Fenam para uma reunião hoje. A associação deverá pedir que a federação só participe da negociação como parceira, não como tutora. Ontem, em assembleia, a ANMP debateu muitas propostas, de intensificar a greve à desistência. Por fim, algumas delas serão colocadas em votação eletrônica a partir de hoje até segunda-feira.
De novo???
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POR LUCIENE BRAGA
Rio - A expectativa de médicos do INSS e do Ministério da Previdência é a de que a greve da categoria acabe na segunda-feira. Nos bastidores, governo e sindicalistas já começaram a discutir acordo. Ajudou — e muito — a pressão do anúncio feito pelo ministro da Previdência, Carlos Gabas ontem. Ele admitiu a contratação de peritos terceirizados para o INSS de forma temporária, seguindo determinação da 19ª Vara da Justiça Federal, em São Paulo, já na semana que vem.
“Vamos começar imediatamente. Cumpriremos a decisão judicial e vamos contratar temporariamente médicos para realizar essas perícias que não estão sendo feitas pelos servidores, até que se resolva o problema da greve e até que se resolva a quantidade de perícias não realizadas”, disse Gabas ontem. O ministro fala em normalizar o atendimento em 15 dias, com perícias noturnas e nos fins de semana.
A Justiça Federal impôs ao INSS essa medida, para que o período entre o agendamento e a avaliação médica dos segurados não ultrapasse 15 dias. Segundo ele, o déficit de perícias atinge 400 mil, desde o início da greve, em 22 de junho, mas pode até ser maior. Gabas classificou como imoral a proposta dos peritos, de alteração da jornada de 40 horas para todos os médicos.
Hoje, há somente 300 trabalhando por 30 horas (o que precisa ser autorizado pelo INSS). Os mais antigos têm jornada de 20 horas semanais e 4.600 mais novos são de 40 horas. Esse é o impasse: médicos querem trabalhar no atendimento por seis horas e fazer outra coisas nas duas horas restantes, mas sem número mínimo de perícias a fazer. O governo entende que é possível fazer uma avaliação médica entre 15 e 20 minutos, ou seja, 18 por dia.
O ministro anunciou reunião na segunda-feira, com a Federação Nacional dos Médicos (Fenam), que não organizou a greve. A Associação Nacional de Médicos Peritos (ANMP) reivindica esse papel e foi convidada pela Fenam para uma reunião hoje. A associação deverá pedir que a federação só participe da negociação como parceira, não como tutora. Ontem, em assembleia, a ANMP debateu muitas propostas, de intensificar a greve à desistência. Por fim, algumas delas serão colocadas em votação eletrônica a partir de hoje até segunda-feira.